quinta-feira, agosto 12, 2010

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA TRAJETÓRIA POSSÍVEL

Considerando a inclusão social um dos aspectos mais importantes para a cidadania, o Centro Educacional Balão Azul, Escola de Educação Infantil constitui-se como um espaço fundamental de aprendizado para a vida. O convívio com a diversidade vem como mais um instrumento a possibilitar que as crianças compreendam seu papel na sociedade, bem como, estejam aptos a agir com consciência e responsabilidade.
A escola tem por objetivo proporcionar e estabelecer às crianças sistemas de troca, de diálogos que lhes permitam uma experiência com a multiplicidade da vida. Este espaço reinventa seus métodos educacionais no sentido de preservar a riqueza de sensibilidade das crianças, evitando uma pedagogia mecânica e ortopédica.
A inclusão nesta escola parte do princípio de que cada criança tem facilidades e dificuldades, umas maiores, outras menores; umas visíveis, outras nem tanto. As crianças com necessidades educativas especiais têm canais específicos para aprender com mais facilidade, e, perceber estes canais, é papel fundamental do profissional que trabalha no Balão Azul, tanto àqueles que atuam em salas de atividades pedagógicas, quanto àqueles das atividades especializadas (educação física, música, judô e inglês e dança). Shalock (1999) acrescenta que a incapacidade deve ser vista como resultado da interação do indivíduo com o meio onde ele está inserido. Assim, o ambiente assume a responsabilidade de oferecer condições de aproveitamento das limitações funcionais da pessoa por meio de apoios necessários à sua condição.
Neste sentido, não basta apenas classificar a sua deficiência, mas também verificar qual o tipo de apoio necessário para ampliar o seu leque de habilidades. Essa concepção favorece a autodeterminação, a inclusão social, a igualdade, as possibilidades e a capacidade da pessoa com necessidades educacionais especiais, promovendo assim, uma melhor qualidade de vida.
É importante lembrar que os deficientes mentais de menor gravidade possuem percepção de si mesmos e da realidade, diferenciando-os da doença mental. São evidentes, os interesses e as necessidades próprias, como independência, sexo, casamento, filhos, casa própria, trabalho, esporte, cursos e outras aspirações.
As limitações não os impedem de sonhar e planificar, sendo de fundamental importância, a compreensão, a afetividade, orientações e supervisões dos familiares e educadores. A escola inclusiva é aquela que leva em consideração a subjetividade e a diferença de cada um.
Uma das principais queixas das famílias de crianças com necessidades especiais refere-se a dificuldade de encontrar espaços que trabalhem com as potencialidades e não com a falta em si. A maioria dos locais acolhe a criança, cumprindo um pressuposto do politicamente correto na esfera social. Porém, ainda são poucas as instituições educacionais que ao incluírem, assumam um compromisso na construção e constituição de um sujeito.
As famílias buscam, na escola, um olhar pleno sobre seu filho. A família e a escola têm como papel principal educar e desenvolver seres humanos melhores, capazes de interagir e principalmente, respeitar o seu próximo, independente de sua condição. Pensamos ainda que, convivendo com as diferenças, estaremos enfrentando os nossos próprios medos e conflitos pessoais; e porque não nossas próprias barreiras e resistências interiores?
Para enfrentarmos a exclusão é preciso, antes de tudo, nos depararmos com nossa finitude, desrazões, angústias e multiplicidade existencial para que estejamos “preparados” a encarar o outro cujos modos de ser e pensar são diferentes. Outro à quem a dita ordem social se encarregou de excluir aolongo da história.
Incentivamos os profissionais da nossa escola a terem motivação e criatividade para lidar com as situações que surgem no cotidiano de sua convivência com as crianças, proporcionando um espaço saudável para tal contexto.
No entanto a inclusão social não significa colocar todas as crianças na escola comum, fazendo disso uma inclusão apenas física. A inclusão social significa garantir o acesso, a permanência e o sucesso escolar para as crianças com necessidades especiais.
A inclusão é um trabalho afetivo e em grupo, devendo haver uma interação e envolvimento entre educadores, coordenadores, pais, crianças e terapeutas. Não há como agir com a criança, mesmo que pequena, sem considerar suas vontades, suas necessidades, seus medos e sentimentos. As mudanças em geral provocam ansiedade. Por esse motivo, desenvolvemos em nossa escola um trabalho sério, consciente, responsável e acima de tudo comprometido com as necessidades reais da criança, dando o suporte que precisa para que possa estar realmente incluído.
Estes suportes são os apoios pedagógicos, apoios clínicos, a remoção das barreiras, os recursos materiais e tudo o que for necessário para que o aluno vivencie as novas experiências com satisfação e alegria.
O papel da inclusão está além de aceitar as diferenças, ele tem início numa tomada de consciência por parte daquele que está inicialmente mais próximo da criança: o educador, independente da faixa etária com a qual trabalha. Este profissional tem que estar preparado em todos os sentidos (material teórico, emocional e etc.) para compreender a inclusão na sua complexidade - que envolve tanto o sentimento daquele a ser incluso como também a postura da instituição e família frente a esta questão.
E há quem traga a questão: incluir para que? Dentre tantas justificativas possíveis, destacamos talvez a mais preciosa delas – incluir para, que possamos em espaços como o da escola, exercitar o respeito e a tolerância com o tempo do outro, com a sua opinião, com o seu olhar; para que possamos finalmente aprender a conviver.
“A RUA DE ACESSO À INCLUSÃO NÃO TEM UM FIM PORQUE ELA É EM SUA ESSÊNCIA, MAIS UM PROCESSO DO QUE UM DESTINO.” (MITTLER, 2003, P. 36)
Mára Machado
Diretora Dedagógica do Balão Azul

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Centro Educacional Balão Azul

O Centro Educacional Balão Azul surgiu em 1998 com uma proposta diferenciada, representando um novo conceito em Educação Infantil. Prioriza no seu projeto pedagógico as práticas sociais da comunidade onde está inserida e os conhecimentos pertinentes a cada etapa educacional, respeitando a pluralidade e diversidade de cada família, proporcionando condições para as crianças explorarem e conhecerem novos conceitos, valores, idéias e papéis sociais. Desta forma, sente-se honrada em ser a Primeira Instituição Educativa a receber o credenciamento para atuar como Escola de Educação Infantil em 2003, segundo a nova LDB. No dia 9 de Outubro de 2008 tivemos novamente o nosso Projeto Político Pedagógico aprovado pela CME ( Conselho Municipal de Educação). A postura facilitadora que assume fez com que o Centro Educacional Balão Azul tivesse o seu trabalho recohecido pela Sociedade Riograndense, através dos prêmios recebidos em 2000, 2001, 2002 e 2003, 2004, 2005, 2006 e 2008 como uma empresa de expressão que extrapola o lugar comum, tornando-se referência positiva de sucesso.
Há 13 anos a serviço da educação infantil no bairro Rio Branco, o Centro Educacional Balão Azul, sob a direção e supervisão pedagógica das Sras. Maria Ivanilda Vernier e Mára Solange Ferreira Machado que desenvolvem o projeto de trabalho com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O Balão Azul atende a uma clientela na faixa etária dos 3 meses a 5 anos, que compreende os níveis: Berçário I, Berçário II, Maternal , Nível I, Nível II e III.