A questão dos limites é um tanto quanto complexa. Nosso país passou por um período em que tudo era proibido, em que as autoridades, em casa e fora dela, não podiam ser questionadas, quem dirá confrontadas. A geração pós-ditadura resolveu que, com seus filhos, faria o oposto. Dar limites passou a ser sinônimo de repreensão e o “não” era, portanto, uma palavra proibida na educação. O certo era deixar a criança expressar-se livremente, fazer o que quisesse, como quisesse, sob o pretexto de não traumatizá-la. Hoje estão explícitas as conseqüências desse pensamento, uma vez que, parece consenso, que limites servem como pontos de referência necessários à vida de qualquer pessoa – sua ausência completa está longe de ser a solução. Nem tanto para um lado, nem tanto para o outro; o que vivemos hoje é a busca por um equilíbrio... Mas e então, como dar limites?
Educar é uma tarefa nada fácil, que exige tempo e muita paciência. As crianças nascem querendo ter tudo a sua disposição e cabe aos pais explicar que isso não é possível e que na sociedade existem regras. Por esse motivo, os pais devem colocar limites a seu filho desde que ele é pequeno. Limites são construídos e demandam empenho, persistência e firmeza por parte dos pais.
Algumas dicas são de grande utilidade para o sucesso na educação dos pequenos. É importante sempre manter as combinações feitas. Uma vez dito “não”, o mesmo deve ser sustentado e, para tanto, precisamos aprender a suportar choros, escândalos e chantagens, no que, sem dúvida, as crianças são especialistas. Explicar para elas o motivo do “não” é fundamental para que a regra faça sentido e possa ser aplicada em outras situações. Ao ir a lugares públicos, como restaurantes e supermercados, os pais devem explicar para a criança, antes de sair de casa, para onde estão indo e como ela deverá se comportar. Envolvê-las nas compras do supermercado, por exemplo, também ajuda a mantê-las empolgadas com a tarefa, diminuindo assim as chances de uma conduta inadequada.
É necessário que os pais tenham convicção de suas decisões e estejam congruentes entre si, para conseguir sustentá-las e passar segurança aos seus filhos. Isso não é tarefa fácil, pois muitas vezes, frente ao choro desesperado das crianças, os pais sentem-se verdadeiros carrascos e desistem da regra. Esse sentimento é potencializado quando os pais passam longos períodos do dia afastados das crianças e, quando estão próximos, ainda têm o papel de frustrá-las novamente ao impor os limites.
Independentemente de quanto tempo passam com seus filhos, é necessário que os pais tenham certeza do quão importantes são na formação deles. Por isso, sem dúvida, dar limites é uma das formas mais significativas de dar amor.
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